9.5.06

tio edu

Beth me pediu para escrever um texto para tio Edu e fiquei pensando nas palavras que seriam apropriadas para meu tio e padrinho querido.


Fiquei assim pensando que palavras combinam com ele:
Inteligente, culto, eficiente, amoroso, companheiro... elegante...Ah isso ele era! Tudo do bom e do melhor...

Exigente. Amigo dos amigos. Foi ele que me ensinou que aos amigos tudo, aos inimigos o rigor da lei. E Deus me livre ser seu inimigo.

Muita gente gostava dele! Lembro-me de um presente que o pessoal da “Scania” deu para ele. 25 anos de desenhinhos feitos durantes as reuniões. Pode alguém ser tão admirado a ponto de terem guardado suas garatujas durante 25 anos ?

Pode. Era o doutor Prado.

E quantas turmas ele tinha? Que eu me lembre, tinha a turma do escritório, a turma do tênis, a turma do martini, a turma do pôquer, a turma das palavras cruzadas, a turma do futebol, a turma do golfe, a turma do grupo, Nossa, como ele gostava de jantar às quintas feiras com a turma do “GRUPO”. Mesmo depois de dissolvido, eles se encontravam,... a Cida, o Waldir quando vinha da Austrália. Tudo tinha tempo e hora.

A imagem que todos temos dele é ele sentado no seu bar/biioteca, com seus 200 cavalinhos brancos pendurados na garrafa de White Horse e seu cigarrinho, fazendo palavras cruzadas. Estava sempre querendo saber das novidades do Pedro e da Cecilia, do Edu e da Beth, do Pedrinho e da Marina, do Bob , do Pedro e da Marta, do Lulu, e de quem chegasse para visitá-lo.

O Bob lembrou que ele sempre tinha jovens por perto. Os amigos dos filhos também eram amigos dele...É verdade. Ele gostava de jovens. Ele se sentia jovem. No futebol gostava de dar caneladas no Klaus e no Roberto Luis. As palavras cruzadas gostava de fazer com o Lulu, com Bob e com o Hobe, e gostava de ser o rei de qualquer grupo, de ganhar sempre, fosse o que fosse. Opinião, pôquer, o melhor martini. Adorava discutir com seus jovens advogados, Zé Thompson, Toninho, Henrique, Zé Carlos, Tatá ,ele era assim...

Com a tia Gigi, fazia todas as vontades, todas mesmo, mas mas do controle remoto da televisão, ele não abria mão. Ela não tinha vez mesmo... que dureza hein tia...

Fazia o bem sem dizer a quem. Tinha dezenas de afilhados, mas duas foram privilegiadas: a filha do Peleca, o salva vidas na praia das Astúrias e eu.
Passei férias no Guarujá, tive alpargatas de corda, pescava na “Manuela”, fui ameaçada pelo monstro da lagoa negra na piscina. Ganhei minha primeira viagem para o exterior , esquiei, tive colar de perolas aos 15 anos. A filha do Peleca teve muita coisa também, eu sei.

Mas foi Regina minha irmã, que escreveu as coisas mais bonitas, voltando do hospital nestes últimos meses.
Eu nunca soube que eu sendo a afilhada ele podia ter passado tanto carinho a ela.

Vou pedir para regina ler para vocês porque todo mundo sente um pouco do que ela escreveu. Vejam se não é verdade.

Tio

Você e eu sempre soubemos o carinho que tínhamos um pelo outro.
Do meu lado, aquela admiração, por um homem inteligente, bem sucedido, cheio de sí, até sarcástico... mas ao mesmo tempo sensível, amoroso, cúmplice e muito afetuoso.

Seu carisma era uma unanimidade. Sua presença irradiante. Jamais entraria num lugar sem ser notado. Admirado. Não só pela sua beleza e elegância, mas pela sua delicadeza (apesar do jeitão), com que se relacionava com as pessoas.

Com você aprendi a gostar de jazz, “ Take Five” do Dave Brubeck , e perceber o carinho e valor que sempre deu aos seus filhos , curtindo com eles como se tivesse a idade deles.

Vou sentir muitas saudades... pois você realmente foi o tio que mais amei. Beijo Regina.

Faço minhas as palavras da Regina.

A benção padrinho.

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